curtir

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Release


........................................................................................................................




Olliver Brasil,nome de batismo;Ezequiel Firmo de Oliveira Júnior,41 anos filho do poéta repentista Sabiá Laranjeiras(in memórian)Meio Baiano de nascimento(pé de Serra-Ba.) potiguar de descendência,Design e web design  por profissão e matuto por convicção.casado com Enne Olliver,com quem tem 03 Filhos;Daniel,Kalil e Juan Pedro.porém pai de uma próle de 11,Nordestino nato,carrega em suas raízes a seiva da poesia matuta.costuma dizer que escreve poesias desde o século XX ou seja iniciou em 1986,quando ainda era um "aprendiz de repentista' ao lado do seu saudoso pai Sabiá Laranjeiras. foi membro da Ordem Brasileira dos poéta da literatura de Cordel (O.B.P.L.C) nos anos 90,teve o privilégio de conhecer de perto o poéta Rodolfo Coelho Cavalcante,grande nome da poesia baiana,se inspira em grandes homens da poesia com os quais se identifica muito tais como;Antonio Queiroz,Bule-Bule,Miguelzinho do Arirí entre outros. Tendo porém como linha de pensamento a poesia de Jessier Quirino,poéta Paraibano com o qual muito se identifica.sendo fã,discípulo e difundidor da arte do mesmo.apresenta-se como declamador,ou contador de causos,em feiras de cultura,exposições e eventos do gênero. autor de diversos poemas e cordeis , e compositor com algumas canções ja gravadas profissionalmente.Eterno defensor da cultura nordestina.seja bem vindo a esse nosso blog! foi feito a facão! mas ta bom VIRADO NA BIXIGA! arraste esse tamburete ai e começe a ver o que o o nordeste guardou no fundo do bizaco pra você...

Assinado Eu. Olliver Brasil (um poéta internacionalmente descohecido)

Dê a sua opinião sobre a nossa capa | deixe aqui o seu comentário.




Trecho do Livro "O Cio das palavras "



                                                                                             ...Nasci matuto e me desenvolvi meio urbanizado.Bicho do mato burilado pelo progresso ,forçado pelo êxodo da seca.sem estudo,sem oportunidades,sem pai rico,apesar ter avós abastados. Convivi com todas as situações da vida e aprendi com isso a driblar a fome,a sede,a escassez de oportunidades,promovida pelo simples fato de ter nascido; mais um, entre tantos outros nordestinos comuns.comi farinha seca com nambú,vendi cuentro,picolé,passei sede,morei em vila de aluguel,tive lombrigas,sarampo,catapora,morei em barracão de tabuas e de lona,trabalhei no pólo de Camaçari nos anos 80,tive os sonhos destruídos,mas aprendi com a poesia a reconstruir a história. De todas as agruras da vida,eu fui vitima.mas sou afortunado de inspiração e lembranças boas.
Parece que foi ontem. ..



....A luz do candeeiro, exalava seu o odor do óleo diesel pipocando seus grossos borrões do pavio de algodão (que minha própria mãe torceu à mão!) E caía em cima da mesa de umburana com quatro tamboretes redondos feitos pelo melhor marceneiro da região;Sêo Sabiá. Que sentado n’um dos tais, repicava sua viola de 10 cordas que ele mesmo confeccionou e fez.cantando repente, enquanto o cuscuz de milho roliço pisado no pilão vinha pra mesa.(ele não tomava café,comia suas fatias apressado, desengasgando com chá de cidreira ou capim santo).Nesse dia ele estava com uma calça de listras pretas e azul marinho(eu era doido pra ter uma daquelas!) o facão ainda no cião,o chapéu de couro fazendo apoio pra viola no joelho, uma camisa “Volta ao Mundo” amarela e um jaleque de couro de viado que ele ganhou de meu avô(Antonio dus Quitaizinhos). O homem era de uma serenidade impar.meio zuadento mas um pai e tanto.dobrou uma perna porriba da outra, estirou o braço arrastou mais um tamborete pra perto,parou a viola, olhou pra mim com aqueles inconfundíveis olhos de: “sente aqui rapaz!” não disse nada. Apenas olhou. Eu tinha 14 anos,14 a 15,eu entendia cada olhar que ele fazia. Eu estava debruçado na mesa esperando o cuscuz, olhando assim feito cachorro pidão,com uma fome da gota .mas não podia deixar de obedecer,sentei no tamborete ao lado de meu pai ele disse: -  na exposição de manelito, em março,(isso ocorre na cidade de Entre Rios na Bahia) eu e você vai se apresentar! Porisso a partir de hoje comece a prender tocar essa viola. E vamos ser a dupla de cantador mais nova Bahia “Sabiá e Junior” (esse é meu sobrenome de nascimento)
                                                                                                                     ...bem, eu havia ganhado um violão aos nove anos,era um TONANTE “AO REI DOS VIOLÕES”,nunca tinha tido um dia de aula, mas aprendi tocar uma musiquinha que eu mesmo fiz na infância ,de três notas.”quando eu era Criança..” esse era o titulo da musica.as notas eram sol maior,dó maior e ré maior.alem disso mais nada!.não precisa dizer que eu fiquei muito avexado.mas a palavra de pai era uma ordem expressa.

...não demorou um quarto de hora pra mãe colocar o cuscuz na mesa.E a conversa de pai ficou martelando na minha cachola de rapazote.comi por comer,mas minha mente ficou com aquilo: “ como eu vou fazer repente se não passo de um “minino” que ainda usa calção e inda por cima,nem sabe tocar viola!”ah se eu soubesse o que o destino me preparava,certamente eu não estaria aflito,avexado,desnorteado com aquilo.pois, mais cedo ou mais tarde nos palcos da vida, eu estaria dizendo:...

“Sou nordestino patrão
Venho de longe daqui
Das terra do xique-xique Du insquicido sertão
Donde fáis um só lascado!
Das terra qui morre us gado qui o sinhô ouve falá
Isso mermo eu so de lá!
To aqui cumprino a sina qui o sinhô detremina
morrê de fome e di sede num sufriento lascado
nóis semo um povo insquicido pur dimais abondonado

só quero que mi arresponda
cadê os cába safado que prometêro ajudá
a baía a Paraíba o rio grande di ríba
do nóite cume chamado?
O Pernambuco o Pará
Piauí e ciará do nosso frei Damião
Ah se eu fosse Lamapião
Confesso di coração que essa peste ia mudá!

Mái, num tem nada não patrão!
Nói já tá acustumado a vive inscurraçado
Quiném cachorro sem dono
A levá nossas agruras nos pió dus abondono
A inchêa nossa pança
C’ás migáia das lambança
Dessa ruma de ladrão
Qui mente quiném a peste
E só se alembra do nordeste
In tempo de eleição

É um tar de prometê
Só farta inté dizê
 que tem puder di fazê
Cai a chuva do céu
E cum cunvelsa bacana
Esses fie da gota ingana
Us monte de tabaréu
Abestados quinem qui eu
Qui nunca aprendeu votá
A gente elége esses peste
PA di fome nus matá


Só digo uma patrão
Mais inleição vem aí
Qué pamóde um vim pidí
Um voto pur caridade
PA mudá essa banana
Dessa vêis ninguém mimgana
Atráis di mim num  ingáta
Quem pensá achá meu voto
Arrembentô a chibáta
Vão achá o qui a gata
Achou imríba da têa

Num tem cunvelsa bunita
Sandáia bujão di gáis
E ainda digo mais vão ta correno pirigo
Pois si insisti cumigo
Pego um ar e ´Sóc’apêa!

...Tava certo erupuéta
Qui diche:

“ quem quizé subi na vida
Faça quiném fuguetão
Incoste um tição no rabo
Mode subi di rojão
Vá papocá nuzinferno
lá qui é lugá de ladrão””...