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Poemas Líricos Crônicas e Sonetos



Re’Cria



Olliver Brasil

Me refiz de pano
De linhas e lenço
Assoalho do vento
Tapete do tempo
De ódio cruento
Destino a dentro

Me refiz de lento
De água e luz
De cravos e cruz
Do marco da vida
Me refiz de lidas
Lágrima contida
Da fértil ferida
De frio e medo
De toque de dedo

Me refiz e quis
Ser por ti refeito
Humano imperfeito
No limite do peito
Oposto infinito
De dor e de gritos

Me refiz de susto
De olhares abruptos
De nerd estúpido
Me cobri de luto
Retalhos de fotos
De cravos e lótus
De loucuras mil
De matiz anil
Fui pássaro anuro
Fui dócil servil
Menino sem brios

Me refiz de giz
Repetindo em bis
O bem e o querer
O traço marcado
O nada a dizer...






Quero essa noite

Quero essa noite pra falar comigo
Desabafar os antigos medos
E dizer que silenciei o monstro
Com palavras simples
Com lábia e risos

Que já não sou mais
Escravo de sonhos
E que bem mais me proponho seguir
Agora mais livre
Que ontem pensei
Agora mais leve que posso sentir

Eu abri a boca
 Eu soltei o verbo
Eu prendi a língua
Eu calei o tempo
E me rogado
Escrevi no peito
A palavra ‘ ETERNO’

Já não tem mais muro
Já não ta escuro
Já não pendo os lábios
Já  não  sofro calado
É assunto alado
Hoje apenas quero
Explicar pra mim
Em metáforas simples
As razões enfim
Que nem sempre os meios
Justifica os fins

Quero essa noite pra falar comigo
Do aconchego neutro
Do abraço amigo
Do suave cheiro
Do feitiço alheio
E dos meus receios
Do corar do rosto
Do sentir o gosto
Do mentir pra mim
Disso tudo enfim.


E se sobrar tempo
O farei a dedo
Em um  mar qualquer
De noite iludida
Nas razões contidas
Na loucura até
Corações riscados
Que revelam em tese
O destino marcado
Que inflama e pede
O antigo sorriso
Como a brisa leve
Como o sol em friso
Com olhar conciso
No inferno astral deste paraíso

O farei assim
Pode ser enfim
Algo só pra mim
Com o peito abrigo
Pois assim espero...

Essa noite eu quero
Só falar comigo.
Pois silencio
O incomum barulho
Meio sepulcral
Meio meu orgulho
Meio tonto e bobo
Meio homem-lobo
A estrela errante
De olhar distante
Mendigando abrigo
Mas quero essa noite
Pra falar comigo.







Me deu medo.




De repente a morte
Me trouxe à vida...
Me deu medo...
Vi a fresta da porta
Refletir segredos
E refletir na luz dos seus olhos
A dor
O brilho do sol tímido e sem cor

Tive medo do olho
Do fundo da história
Da fala possível
Dos lábios trêmulos
Do falar gaguejante
Havia maiores segredos
E eternos medos

Vi garrafas e  copos
E vidas recicladas
Vi toalha estendida
E lamurias marcadas
Vi tudo sem mesmo ver nada

Deu medo do tempo
Do passado ali tão presente
Repensei meu futuro
A mil anos à frente
Era a hora da gente
Era a o dia mais quente
Era o espelho e o pente

Deu medo.
de balbuciar
As palavras sem nexo
Naquele contexto
De vida aos avessos
Calei-me
Senti-me impotente
Diante daquele passado presente
Era o tudo e o nada bem ali
Bem na minha frente.

O inexplicável
O inexplorável
O sonho invejável
A morte letal
O tiro fatal
A falsa coragem

Corei as bochechas
Tingi de cinza o azul
De brancas palavras mudas
De mudas de murtas anis
De sol e de mil cicatrizes
Da vida em bis.

Deu medo.
De calar a voz esperada
De ouvir o desespero do tempo
Congelei os tímpanos
Calei-me e sorri
Era dia
Era o dia
É o hoje reflexos de ontem
Turbilhões de pensamentos fúteis
Me sinto inerte inútil
Um cisne cantando na areia
Enganando o sol
Deixando pegadas
Que não serão seguidas
Apenas sentidas
Ao sensível som
Do Eu.
Do medo que deu. 
Do ledo acaso
Engano descaso
Caso
Passado
Meu.
Segredos...
...me deu...
... medo.










Olá amigos após mais de um mês sem postar poema novo vai ai uma palhinha aos nossos amigos do Facebook e orkut e principalmente do nosso blog; poema novo na área! comentem.




O lobo e a lua II – retornarei ao passado.




Retornarei ao passado,
Lá tem muito mais futuro.
La poderei andar livre!
Desbravarei horizontes
Verei os erros de antes

Lá poderei desfrutar
Coisas do hoje proibido
Verei minha Odalisca
Com seu olhar entre véus
A ser flertar como estrelas
Piscando para seu céu

Verei bailar seus quadris
Tão belos e mal olhados
Como que bem desenhados
A puros riscos de giz



Retornarei ao passado
Quem sabe retrato os erros
Pra não tornar cometê-los
As minhas faltas mais breves
As minhas penas mais leves
Quem sabe,
Ainda haja tempo
De  evitar que o sangue
Congele os sonhos e o olhos
Para acordar noutro sonho;


Quando eu lá tiver chegado
Evitarei o acaso
Evitarei uma lágrima
Neste teu rosto marcado
Por essa estúpida FÉ
Por minha tão  grande culpa
Evitarei essa dor
Evitarei as desculpas

No passado tem fogueiras
Tem lua de prata no céu
E um coração só meu...
...sem as divisões do ‘hoje’
Sem esse medo de longe
Sem esse olhar distante
Que ama e ao mesmo instante
Se força a mentir a si
E mais uma vez seguir
A abafar lindos sonhos
Que no passado sonhamos .


Retornarei ao passado
Lá serei cavalo alado
Com direito a asa e céu
Lá não viverei das sobras
Lá serei de fato Eu
Não como aqui no presente
Que sou esse misero LOBO
Mirando a lua distante
A invadir tuas noites
A penetrar n’outros sonhos
A assassinar teu sono
A escurecer a lua
que nem de longe sou dono...

“...La no passado terei
uma lua só pra mim”

e se saudades sentir
e do presente lembrar
mando uma carta pra cá
com uma frase pequena
dizendo assim:
“- tenho pena de pra o presente voltar.”
O passado é meu lugar
No passado os sonhos duram
Não como aqui no presente
Que tateio as escuras

Permanecerei por lá
Como príncipe ou plebeu
Pois lá estão as raízes
Disso tudo que sou eu
Lá creio: Estarei  vivo
Lá eu sei que sou amado
Posso até virar saudades
mas irei pois meu futuro
está é lá...

...no passado.







Incógnita


Quis eternizar  o seu olhar
Com pinceladas imaginárias que só eu posso pintar
Deixei deslizar o pincel da minha utopia
Na doce magia da minha ilusão
Poesia
Respostas vagas das perguntas caladas
Torneei seus lábios
Risquei outra vez o rascunho
Borrei a página e te refiz de sonhos

Não busco respostas
De perguntas se faz o mundo

Se oscilas num pensar estranho
Te inquiro se estás segura
É apenas mais uma pergunta

Insensível mas perfeita e bela
Feito elo que me une a ela
Questiono outra vez o belo
E o singelo que define o rosto
Neste resto que me sobra nada
Nesse incesto que cobra  falas

Descobri que eu não sou artista
Pra pintar a mais perfeita diva
Sou apenas um reles poeta
Um romântico a moda antiga

Traço a traço numa busca infinda
Cada vaga me preenche a culpa
Cada culpa me incita a vida
E não calo essa voz nativa
Que meu peito se atreve e abriga

Já nem sei se meu dever te serve
Se só sirvo pra dever e sigo
Feito pássaro a buscar abrigo
Feito louco a escrever poemas
Feito a terra que nos pés nos falta
Cada vez que essas mãos se tocam
É a ponta do estopim que inflama
É a lágrima que em mim se seca
É no mínimo a ousadia discreta
No cantar dos versos dos poetas
Continuo pincelando sonhos
Riscos rudes que não dizem muito
Linhas soltas que nos falam pouco
Falas mudas que nos dizem tudo
Eu não sei se o passado explica
De presente eu queria o futuro
Mas pergunto:
Tu estás seguro???
De perguntas é que se faz o mundo.

E as respostas? ?

Deixe as respostas
Bem aqui no rodapé da história
Sou capaz de entender enigmas
Sou capaz de recriar a vida
Mesmo que a seja em outra vida
Te regravo te ressonho e sonho
E mais nada alem eu te proponho
Depois disso só mais isso e SÓ
Deixe a noite te fazer dormir
Te ninar até sair o sol
Pra na areia escrever com os dedos
A declaração dos meus segredos
E mirar o mar levando as letras
E o tempo trazendo as respostas.
E pras ondas mais uma pergunta:
Tens certeza que estás segura???









O NOVO



Processas em mim
Estúpido querer
A dor de ser ou não ser
Não te atrevas
A ditar mais regras
Te censuro e esmurro a pedra
Em um abrupto silencio e dor
Limiar das verdades
Ou o falso pudor

Processas em mim
Estúpido sonhar
A invasão dos preceitos
Não te limites a sentir
Mais desejos
Nem afagas os cabelos Crespos
da minha história
Revestida de medos

Processas em mim
Estúpido olhar
A lagrima incontida
E seca a ferida
Aberta
Me cerca
Antes que mais uma vez
A alma venha a pecar


Processas em mim
Estúpida utopia
Teu delírio de sonhos
Teus martírios
Fatídicos ou fatais
Nesse jirau de mudanças
Envolto por sedas e velas acesas
Inocente criança

E renasce em mim
O novo poeta
Sem pena
Sem letras
Sem palavras certas
Sem perdas e sem descobertas
E faça-se enfim a dor que aperta
Com só oito letras.






Metamórfico



Tiro os óculos
E reponho a frase
E lá estarei outra vez
Olhando pala brecha do tempo
Na fenda que reluz
E conduz passos e paradas

Uma taça para comemorar a vida!!

De assalto me desperto do tédio
Remediando o irremediável
Numa frase surreal
Quase que rouca
Do sono do ontem
Dos sonhos de amanhã

Tiro os óculos reponho a trave
Quase gol
Nessa quase quase tarde
Emborco o cálice
E sugo teu vinho
Teu mel
Tua vida
Te sugo
Te oprimo
Nos braços te aninho

Em risos me aceno
Me vejo de vidro
Cristal em pedaços
Nos maços queimados
Na brasa da ponta
Nas cinzas
Me reponho
Me endireito
Mal tal meu natal
Sem pressa sem jeito


Me faísco de luz
Me conduzo no tempo
Perdido me acho
Já passa das quatro
Desnudo o relento
Madrugada a dentro
É hoje meu hoje
E mais me ‘aquarento’
Pássaro agourento
Cantando meus uivos
Uivando lamentos
Besteiras adentro
Num frio cruento
Dos gelos dos medos
E não me ‘aporrento’


Tiro os óculos
É noite deu sono
Não se dorme vendo
Se dorme sonhando
Se sonha querendo
Se quer escolhendo
E escolhas tem custos
Escolhas tem regras
Não se escolhe as cegas

É dos olhos a pétala
A língua que fala
As mais belas frases
É lá a janela
O espelho da alma
O pranto que embala
Na noite calada
As frases ao nada


Tiro os óculos
Dobro as pernas  e durmo
o sono pesado
Dos meus absurdos.
Sou mudo sou surdo
Sou cego
Me tranco no invólucro
Desse meu casulo
Ser metamórfico
Um dia me mudo .









Anônima

Eu continuo neste mesmo lugar
Esperando passar a ventania
Para dizer-te te vejo
A muito tempo em segredo
Tenho seguido sua trilha
E vistos teus desabafos
E a ironia do destino

Quando me chamas me acendo
E te aqueço de fato
Sou tua inspiração
Quando um poema escreves
Quando talvez nem percebes
A muito tempo em segredo
Até por que tenho espelhos
onde reflete meus medos

Sou a menina chorosa
Sou sua rima sem prosas
Sou sua musa que inspira
Sou a sua melodia
Dedilhada em poesia
Que te domina os dedos
A muito tempo em segredo

Conheço suas bravuras
Conheço todo o tremor
Te sigo nas madrugadas
Sou essa brisa assoprada
Sou essa fala calada
Sou mais que isso sou fada
Sou a resposta não dada
sou a luz quase apagada
Sou isso tudo e mais nada

Somente eu te conheço
Pelo avesso do avesso
Da forma mais imprecisa
Sou o botão da camisa
Sou o suor que desliza
O ponto final e o trecho
E tudo isso em segredo

Será que um dia verás
Que dentro deste contexto
Não me movo, não me mexo
Te deixo apenas deixo.
Esvaziar os seu ego
com todos os seus pretextos
Com mil e uma desculpas
Te inocento da culpa
Sou a juíza do caso
A diretriz do acaso
Eu sou a borra do fundo
Eu sou a gota espremida
Sou o teu gozo de vida
Tua menina teus olhos
Sou sua vida seu mundo.

Sempre te acompanhei
Sempre, pra sempre serei
Tua alegria e folguedo
E tudo isso em segredo

Acaso nunca me vistes?
Quando te despes te vestes
Quando te foges te escondes
Quando te ver no espelho
Olha pra lá e me vejas
Mas tudo isso...


...em segredo.

[ alusão ao dom maior que me acompanha ]






O Enígma.


Eu não preciso razões
Eu não as  preciso
Preciso apenas papel
Sei que já tenho os motivos
Eu os possuo
Eu com desejo os possuo

E faço isso por que
O sonho vai prosseguir
A sua marcha sem fim
a palavra e o destino
até  um ponto qualquer

Mas até que ponto te culpo?
Até onde me esquivo?
Até onde me engano?
Até onde irá isso?

Vejo em você as desculpas
Me apoio em seu ombros gigantes
Sou dependente e frágil
Como um cristal em pedaços

Quero quebrar a cortina
Quero aquecer esse gelo
Faço isso por ter medo
O mais sublime dos medos
dessa sangria estancar
Do tempo me ultrapassar
Da voz enfim se calar
Conto esses anos nos dedos

Conto e reconto a história
Nessa linguagem de prosas
Que só quem sabe entende
Se é que me compreendes
O que seria da frase
Sem esse grito que brada
Sem essa voz que escuta
Sem essa luz que...

...pupila
Olhos
Tato
Vozes e Nós.

Que seria da luz
Sem essa negra espera
Pra quem iria brilhar?

Passas o dedo nas letras
Apalpas minha pálpebras úmidas
Molha-te de lagrimas e sonhos
Sinto-me de volta ao começo
No muro do fim
Eu recrio a porta e entro
Eu me atrevo a sorrir

O que seria de ti?
Por mais que cantem canções
Por mais que digam verdades
Por mais que mintam enfim
Por mais que esmaguem as flores

Que pena!

Apago a luz
Tiro a tinta da pena
Ainda sobra
As noites
O Poeta
os pingos

O que seria dos sonhos?
Se não tivesse o poeta
Pra relatar em enigma
Pra recriar labirintos
Pra alimentar o teu sono
Para visitar os sonhos
Pra invadir-te e seguir
Deixando-te  ás escuras

Procura as palavras
procuras!
Elas estão bem aqui
E se não fosse assim

O que seria essa poesia???

Apenas mais umas linhas
Apenas mais um rabisco
Mais uma página qualquer
Só mais um ‘mas’ um  ‘por que’

Eu só queria saber
O que seria de MIM?????

nesse enigma sem fim.
                                                                        




                                   Amnésia

Olliver Brasil


Apaguei os vestígios as provas e as  memórias
Troquei o caminho
por uma vereda qualquer do passado
Ninguém mais vai achar engraçado
O picadeiro está em pedaços
Já não sou eu o mambembe a vagar
Nem tão pouco me verão sorrir
Troquei o conceito o jeito e a hora
Atrasei o meu tempo
Não estou aqui

Não estou nem ai!
Por que estaria
A bússola acusa o sentido anti-horário
As vagas me sugam
As algas me encobrem
Neste mar de dúvidas
Apertei a tecla
apaguei o rascunho
Destruí  todo lixo
Destruí a maquina
Quebrei o brinquedo
Chorei..

Rabisquei um desenho qualquer
Tentei recompor os sentidos
De fato
Eu me sinto perdido
Sem rumo e sem norte
Neste labirinto

Perguntei ao vento
A lua
Perfurei a Iris dos olhos
Com lágrimas
Cálidas, pálidas ,sem nexo

Destruí  os anexos
Matei o arquivo
Sucumbi os sonhos
Sonhos???
E lá tenho sonhos?
Sou apenas  um intruso
Incluso
Indeciso
impreciso
Meio morto-vivo
Neste mundo morto

Amnésia...

Esqueci o que disse
O que predisse
Ou profetizei
Já não sei
E se sei fingirei que não sei

Fingirei que não vi
Nem vivi , nem sonhei
Tudo agora é névoa
Um escuro
Uma luz

Hei alguém!

Acenda o túnel
E me mostre o caminho
As provas
As memórias
Os vestígios...

Ainda restam os vestígios

Que sorte.

Que me falta agora?

A vida????














Eu Vou por ai ...


Eu vou por ai...
Em buscas de sonhos...

Sonhos já tenho!
Eu vou conhecer
A realidade

Já cansei de contos
De cavalos brancos
De fadas e mitos
De luzes e palcos
Nesta falsa ribalta

Eu vou por ai...
Deixando as marcas
Dos pés no asfalto
Nas pedras de carne
Que existem em peitos
Vou de peito aberto
Não temo distancias
Não temo revanche!
Sou meu próprio dono
Sou meu próprio medo

Eu vou por ai...
Se acaso me segues
Talvez se encontre
Ou talvez me perca
Não sou todo exemplo
Sou todo mortal
Sou todo eu mesmo

Eu vou por ai...
Talvez pra o passado
Redimir meus erros
Remir o meu tempo
Refazer o caminho
Retomar o fôlego
Fazer meu destino

...Eu vou por ai.


Afinal eu sou único
Sou parte do eterno
Se  bem me conheço.
Sou um ser insano
Um louco
Um sonho
Um corte na carne
Um espinho na alma
Que rouba seu sono.

Não espero o perdão
De meros mortais
Eu não quero mais
Eu não fico mais
Nem corro atrás

Sei que ao partir
Eu serei só saudades
Ou talvez alívios
Não me martirizo
E deixo o martírio
Apenas pra ti
Eu vou por ai.

Vagar sem destino
Com um largo sorriso
Da minha alforria
E bem do meu lado
Preenchendo a cena
Um papel e uma pena
Parindo de novo
Uma poesia

Só assim eu tiro
Desse meu rascunho
A realidade que só vi em sonhos

Não mais me machuco
Nem machucarei
E então voltarei de novo a sorri
E se por acaso perguntarem por mim
responda apenas:

Que eu fui por ai...


Olliver Brasil



As flores estão em guerra!



Olliver Brasil

Enfileiram-se pétalas e cores
Matizes e cheiros
Pelotões sem fardas
Com fardos e dores

São cores
São seivas
De espinhos em punhos
De delicadezas

Enfileiram-se sonhos
E medos
Olhares e beijos
Brisas e orvalhos
De manto encarnado
De lábios e falas
Sussurros e caras

Continências de fitos olhares
De toques sensíveis
No campo minado
Na veia que corre
Na lágrima que escorre
No parto de amores
As flores...
...a terra
As flores estão em guerra.

Se engalfinham no campo da vida
Da lida de choros
De nomes e grifos
Se assinam com unhas
Se espalha cabelos e silos

Se penteiam
Se bela
se lindas
Se fazem meninas
Se enjardinizam
Se tornam valentes
Com unhas e dentes
Defendem a presa
Tão fortes tão belas
Mas tão indefesas


É um campo , uma mina
De olhos minados
Se acaso forçado
Um pranto lhe escorre
Se acode um desejo
Se solta se gosta
Se vira as costas
É adeus é o fado
É o fardo enfadado
Se pensa se faz
Não volta atrás


Nesse campo sem armas
Se armam
Pelotões de caras
De olhares insanos
Um jardim que de brilho reluz
Que a vida traduz
Reproduz e conduz
Nas trilhas da historia
Que tachas vitórias
Que sofrem horrores
Fêmeas
flores
Em guerras
Encarrara esculpida
Retrato da vida
A luz
O caminho
Amores...

Ainda bem que os espinhos...




...tem flores.







Perdoa o que vi.

Olliver Brasil

Eu vi a víbora
sugando seu próprio veneno.
Vi as amarguras,
as agruras
e as têmperas agitadas

Vi a falsidade escrevendo seu livro
E vi o pranto que de ti escorria
Quando rias
De iras e outros tantos

Vi escapulindo dos dedos
Que tremiam
A vida que de mim saia
Saiu e se foi.
Não me pergunte o que foi;
Isso eu não vi.

Vi a insanidade que de mim crescia
E um fio de esperança
Com a mão para fora
Acenando
encenando e mentindo
Tão covarde quanto pode

Tão podre.

Vi o meu erro refletido no espelho
Vi seu rosto carimbado de vermelho
Via sua dor sem tamanho nem culpa
Mas me passou de ver  a culpa

Vi as horas
Os segundos
O minuto 
E o abrupto tempo
Sem avisos
Sem brios
Expondo a vergonha
Revelando a verdade
Vi a cara a coragem
E o medo

Vi meu lado pai
Se perder em meio a poeira
Do piso sem piso
Do sonho perdido
Da graça sem graça
Da fala doente
A morder o próprio dente

Poderia dizer
Preferia não ver
Mas vi
E daí
Despertei
E escrevi o que vi

Mil coisas que vi
Não falam por si
Nem estão a mentir

Te vi a pedir
Um soneto qualquer
Um grito
Uma palavra
Um poema
Uma  pena
Apenas a pena!
Gritei pensei parei e falei

Perdoa o que vi.
Perdão por pedir.


Pedido de desculpas por uma atrocidade. Poema dedicado a minha primogênita Aline









A CHAVE.
Olliver Brasil

Eu tenho a chave
A  porta
E os medos
Eu tenho os segredos

Eu sei o caminho
Vi a trilha
E as dunas
Uma e uma

Sou a artéria
Sou a matéria
Perfeita da ira
Da calma
Da alma
E dos sonhos
Sou meu próprio monstro

Não me atenho
A conduta ou moral
Sou a inconseqüência
do bem e do mal

Sou  a força quebrada
Na barra do dia
Na luz dos olhos que tateia

Sou sem rumo sem norte
E por sorte menino
Traquina
Que ri e que sonha
Sem medos ,sem nada

Sou ombro
Sou peso
Sou o leve desprezo
Sou o frio e os gelos

De repente acordo e vejo
Que ainda é hoje
Que o ontem não foi
E se tem amanhã
Terá mais um sol

Um brilho
Um meio
E os fins
A justificar os meios de mim
Tem um pote de ouro
Um tesouro escondido
Um fio que corta
O fio de esperança
E todas a flechas
Me enlaça me entrança
Me fere
Me acorda

Me acordem!!
Me gritem!!

Pois durmo e sonho
E é hoje
Apenas mais um
Um hoje comum
E sei que não posso
seguir a dormir
pra de novo sonhar
que sou tudo
sou cruz , sou espada ...


...quando na verdade
não passo ..

...de NADA.















O SILENCIO

De repente me 
vi indiferente
Decidido e retraído
Assustado comigo
[ Meu melhor amigo ]

Não compartilho mais
meus medos
Prazeres
Angustias
segredos

Não me sinto a vontade
Covarde ou bandido

Já não conto o que sinto
Se choro se minto

Já não conto o dinheiro
A falta
nem pago
[Com a mesma moeda]

Já não conto o tempo
Nem sento nem sinto
Nem quero

Pois dói
Já não dou
Nem me doou
Tornei-me de ferro

Não me importo
Com isso
Se falam
Se ligam
Me desligo de tudo

To farto
 to mudo
Já não tenho palavras
Nem água
na boca

já não quero mais nada
nem tudo
apelos 
silêncios
nem gritos

pois que digam os outros
não ouço
não ligo

pois o silencio é o mais alto dos gritos.





Parte de Dois   [Retalhos de mim ] 

É você o anjo???
Que surge das cinzas
E com a força de uma erupção
Trás a tona o passado?

O anjo que guia
 O guia de luz
O ser que em brilho excede as estrelas?
O ser que em fala ,dilacera o peito
Trazendo remotas lembranças antigas?
Vivências passadas,passados de vidas.

É o você o anjo,ou a conspiração????
Na rotina apagada
Na luz semi-nua
De braços e abraços
Que a tarde recostas
É você a resposta?
A trilha de volta?
À antigas vidas?

É você o anjo???
Que quando me calo
Sussurra o que eu penso
Me deixa impotente a pensar somente?

Como te atreves
A sair de teu trono
E madrugada a dentro
Invadir outro sono???

Anjo sem cor
Errado e certo
E ficas calado
Enquanto  encontros se vão
E se vão também sonhos
Prantos e planos
E até outros tantos

Por que não dizer...

Seria você???
Ou seria EU?
Mero semi-deus
Sem o brilho de antes
Sou apenas mais UM
Entre lobos errantes

Eu não sei quem sois.
Que queres de enfim
Mas acho assim;
Sois Retalhos de mim
Sois parte de dois.

Uma ode a antigas vidas















O sorriso de Iris*


Pra que chorar?
Se existem mil motivos para se sorrir
Se existem mil estrelas pra se conquistar
Se o passado serve de rascunho.

Por que sofrer?
Se bem além da dor existe afago
E mesmo entre espinhos flores a florir
E tudo pode não passar de sonho

Bem sei que dor
Abre cicatrizes que não curam
Porem pedras lançadas São passadas
E se não nos matou não voltam mais
Espane o pó
E veja que ileso está o corpo
E ainda que marcado permanece puro
Assim igual ao sol num novo amanhecer.

Por que brilhar?
Por que estrelas feitas Para isto foram
E nem a negra noite lhe ofusca o brilho
E nem os brilhos mil lhe roubam o esplendor

Por fim verá
Que tens alem de dor a vida inteira
E alem das frustrações um rei que admira
Que dá seu reino inteiro pra te ver sorrir

Olliver Brasil


*da mitologia Grega 


ABSTRATAS



Vi a virtude repintando seu quadro
Com pinceladas abstratas
Que nem ela sabe
Ao certo o que se trata

Vi seu olhar de perfil
Fixo
Nítido
Vivo

Vi uma linha imaginária
Direta no meu olhar
A longas datas
A  calar
A  gelar
A  despertar o nada


Era mera coincidência
Sua indecência voluntária
Sem medos
E sem pátrias

Vi o toque final
A campanhia que toca
Vi meu medo
No toque dos seus dedos

Vi sair a água
No aperto
Espremido
Seu cheiro ao ouvido

Vi.
Vi e vivi.

Depois desfiz a moldura
E redesenhei minha história
Vi minha foto as escuras

Era só o calar, o silencio, e a minha insanidade
Apenas vejo e só.
Depois ,vi o sol entrar pela brecha
Era amanhecer
Era outro dia
Era EU a me ver.

Abstrata solidão de querer.





TROCADOS





Hoje me sinto
me toco
Falo
Minto
Suspiro
Já nem sei se vivo

Insisto
Resisto
Subsisto
Sou assim; esquisito

É tudo diferente
Quente
Envolvente
Assim como o pente.
...O espelho o pente

 A luz que reluz
A cruz
O fio
A espada
O inicio
O fim
Os meios...

Regulo idéias
Palavras
Olho
Boca
Loucuras
Procuro as escuras
Tateio

Tatuo
Desenho
Rastreio
Espero
Sonho e quero

O tudo o nada
O escuro
O pano
A fada
O sonho...

...o sono.
Enganos
Desenganos
Pensamentos profanos
Mil anos
Ou apenas amo

To farto
Gasto
Enfarto
Desespero
Desconsidero
Retoco o vermelho
Me vejo outra vez na cortina
Na moldura do espelho

Ajunto
Desfaço
Abraço me afasto
Me torno nefasto
Me zango
Empilho
Sem brilho
Sem norte
Acaso da sorte

Me atraso
Sou raso
Estranho
Profundo
Sou pó 
sou mundo
Apenas mais um

Me afogo
Nas mágoas
Palavras
Mentiras
Promessas
Olhares
Milhares
Ou nada

FADA ---POETA---LOUCO----TROCADILHO

Só mais um poema...
Só mais esse apenas.
Só mais uma P-A-L-A-V-R-A
nem mais, uma mais!


Olliver Brasil

















Feito NÓ [s]  


Olliver Brasil

Seu amor é assim
Feito Espinho novo
Afiado mas não pode machucar
seu amor  é forte feito corda nova,
Feito um jarro,feito coisa de enfeitar.
Atrevido,disfarçado e retraído
Incomoda feito cisco no olhar

Se aproxima mansamente
Feito brisa
E se afasta igualzinho a um beija-flor

Insinuado feito chuva em Agosto
Gotejante,insistente a chover
Que só mesmo se olhando e bem olhado
É capaz do [olhador]  compreender

Feito sonho que enfeita qualquer noite
Que pincela mil estórias de outras vidas
Fugitivo , liberal, sem susto [UM]
Sem vergonhas sem juízo e sem brios
E entregue feito assim sem medo algum

Poderia eu escrever mais mil poemas
Ainda assim na [pouquice] me perdia
Quem seria minha mera e reles pena
Pra explicar todo ele em poesia?

De beleza [enrosada]
De perfume embriagante em sussurros
De olhares oscilantes fugitivos
E de verbos maquiados em [paternagem]
De adoção alternativa
E de delírios?

Se houvera a fusão absoluta
Isso é caso para nunca ser contado
Ser trancado lá nas mentes dos poetas
E o papel lá no peito grampeado
Isso é tudo?isso só?
Por si é pouco.
É alem do limite  que se estende
É alem do que a mente humana entende
É vermelho feito [sinal de parar]
E se algum [alegreiro] me jogar
Tanto assim de alegria eu renego
Como disse um poeta :” fico igual olho de cego”
Que só serve somente pra chorar.

Ah enfim!
Seu amor é feito corda de amarrar
Feito voz
Feito Nó
E feito nós
Bem assim feito vento a soprar
Que se sente , se percebe e se ouve
Mas ninguém sabe aonde vai chegar...













O Lobo e A Lua







Olliver Brasil

Sabe o que o lobo disse pra lua???...





Por que te vais confiante
Tingindo de prata tudo
Sem perceber meu olhar?
Nesse teu imponente orgulho voluntário
Neste teu descuido prejudicial só a ti
Tu danas tudo em redor
Ou tudo que possa vir

Acaso achas que esse céu é só teu?!?!?!
Mira por cima dos ombros
E ver quantas mais estrelas
E tantas constelações
Se flertam para teu céu!

Deixa essa bobagem insana
E acorda de uma vez.
Verás que esse teu  brilho
Apenas mais te ofusca
E te faz LUA de fazes
Por que não faz como eu
Que só tenho UIVOS pra ti?
Que toda noite em reserva
Te galanteio  e não vês
E enquanto te desdobras em glamour
Ao teu insesível céu,eu me mínguo de esperanças
E aqui retalho a pedra com uivos de cor azul
Que de novo nada tem
Somente um desengano crescente de vida
E dividas.

Que achas???
Também sou lobo de fazes
Também tenho cicatrizes
Que outra lua me fez
Não sou de tudo tão mau
E nem sou lobo por gosto
Queria mesmo ser céu
Ou por um minuto seu
Para poder assoprar
E te tanger céus a fora
Dizer-te que há mais luz
A brilhar nessa estória


Talvez a tua rotina
Te tem feito displicente
E talvez até nem saiba
Que não há um céu somente

Tu enfeitas de luz
E o iluminado te esnoba
Com brilho de mil estrelas
Afinal quem muito tem
Que falta lhe faz o nada???

Juro por mil universos
Que te deixo ver o sol
Bem logo ao amanhecer
E ainda deixo banhar-se
Com minhas águas  de luz
E o que eu quero dizer
Alem disso é...
... só mais nada.
Alem das frases caladas
E dos olhares oscilantes
E dessa pedra empoeirada

Continuarei escrevendo
Aqui nessa mesma pedra
Os meus uivos mais poéticos
Pois mais noite ou menos noite
 A sensatez te desperta
Quem sabe assim despertada
Poderá talvez...

...enfim

Brilhar somente pra mim
E eu ?
Pobre lobo como fico?
Aqui apenas faísco
Com a caridade do teu brilho.




[ Moral do poema: todo homem tem um lobo por dentro
Faiscando por alguma lua de algum céu. ]







O Cio das palavras





As palavras estão no cio
Tão respingando seu amor
Sua luxúria , seu tesão
Flertando com a inspiração
Se dando a qualquer boca
Aceitando qualquer lábio
Contanto que esteja úmido
Ávido
Tarado
E não tenha pátrias

Elas estão sem controle
Se ofertando e do nada se rindo
Alucinadas
“Com a razão nas alturas”
Sem postura.
Exalando um feminino afoito
Em busca de mais um coito.

Estão assim regateiras
Perderam a noção da moral
Rompeu com os bons costumes
O seu romance casual

Elas se atrelam aos beijos
Se misturam aos trapos
Se confundem aos farrapos
Se desponta nos guetos.
Ora empalcadas
Gaguejadas
Tremuladas
Alvoraçadas...

Abre os dentes e suspiram
Como quem procura sem receios
Algum que lhe apalpe os seios
Alguém que ensope a seda
Alguém que lhe quebre a pedra
Alguém que desfaça a crença
Querendo alguém que lhe encha!!!!
De ventas esbaforidas num momento único e frenético
No sobe e desce mais louco
Querendo escutar o grito
Querendo sentir o gozo...

...As palavras estão no cio
Na sua fase mais loba
Com aquela coceira boba
Pedindo pra serem  taradas
Cantadas,faladas,xingadas,sussurradas.
Meio que assim estimulada
Com o afrodisíaco das rimas.
E num muro verbetado de cochichos
Se encosta semi nua
Abre os braços e grita
Grita bem alto
Vem! Me Poe pra fora ! sou tua!
Vem! Sinta meu cheiro matuto
Vem! Sinta meu gemido urbano
Sinta o santo e o profano
Meus dois lados , meus dois gumes
O meu fio mais afiado
Toca-me as pontas dos lábios,veja meus olhos
Dois pontos.
Que de flamejantemente  brilha
Acasala-se comigo
Deixa eu te dar uma filha!

Filha da mãe sem vergonhas
sem medos e sem pudor
sem medições de razão
meio louca como eu
meio CastroAlvizada¹
Meio assim;Quirinizada²
Pedrosamente , Achicada³
Livre  e solta pelos campos4
Filha d’um Luiz “ Qualquer”
Vou pari-la em Assaré,minha Ave poesia5
E.. se perguntarem um dia:
- Essa filha de quem é?
Responderei ela é filha de TIQUIM
Um tiquim dum , Tiquin doutro
É filha de Vários Zés

Zé Francisco6,Zé Pedreira7,ou e qualquer lugar
Zés  Até com outros nomes
É filha de tantos homens que é melhor nem comentar
É Filha Antonificada9 reforçada de Queiroz
De Catulo10 de paixões,de sabiás Laranjeiras11
E até de Curióis...12
De Miguéis , de Ariris13
Com mais de mil Carirís
E roseada de sóis
Ela é filha de vós
Ou melhor filha de nós


E se depois desse conúbio
Eu me sentir entoujada
Eu não ligo, já estarei emprenhada
Já realizei meu sonho
Já realizei teu sonho
E os sonhos de tantos tais
E após parir sairei e te deixarei em paz.
Com as tuas frustrações
Com a tua consciência
Com a tua indecência
Em paz com o teu incesto
Com seu medo
Segredos
Brios
Só lhe pedirei por favor:
Não me guarde em seu baú
Nem se atenha a segredos.
Foi apenas,apenasmente  um CIO
No ciclo natural da vida
Ou meramente palavras
Do tipo: Gabecheadas14,ou dedilhadas quem sabe?
Aproveite,me penetre antes que a vontade passe
Antes que o cio acabe.
E eu ponha um pingo no ” I”
E ai só serei “I” apenas  “I” e mais nada.
E então ecoarei no vazio
E amanhã ao procurar-me
Talves...
Eu não esteja mais no CIO.








Voa Livre Sabiá...



Hoje me detive nas lembranças num silencio,
Viajei no algóz e frio tempo,
Debruçado bem no ombro da saudade.
E num breve e abrupto retrocesso
Deparei-me na infinita dor debalde.

Meu olhar no horizonte se perdia
Como o fio de esperança que se esvai
Quando vem o por do sol roubando o dia

Solucei ao ver o sol cobrindo os montes,
E seus raios a cortar os arvoredos.
Entre as folhas da mangueira esquecida
Onde outrora escutava o passaredo.

Perecendo que foi ontem,ouvi seu pinho
Dedilhado ao cair do sol poente
Olhos fitos seu olhar sobre o caminho.

Na campina eu senti o mesmo cheiro
Das noitadas de setembro a luz da lua.
E ouvindo o cantar de um sabiá
Eu pensei até que fosse a voz sua.

Levantei-me apressado passos largos
Olhos rasos eu entrei passado a dentro
Cada passo era recado em sintonia
Ecoando rumo ao céu enluarado
No meu peito a saudade e um lamento.

Recordei-me a infância tão distante
Quando ainda um menino e sem noção.
Seu olhar vigilante me seguia
Quando pelas malhadas eu corria.

Delirando pude ver um por do sol
E o cantar de um solitário curió.
T’é parece que naquela hora eu via...

Sua prole rodeada a sua volta
E a viola paciente companheira
Repicando mais um verso triste verso
Retratando sua vida corriqueira

Recordei o alvorecer fogão de lenha
Café quente escoando na chaleira
Um radinho ecoando um som caipira
Seu jaleque pendurado a cabeceira

Parecia que o tempo me trazia
O passado de presente nesta hora
Embalei-me na saudade tão sagaz
Velhos tempos que não voltarão jamais

Ao erguer os olhos vi seu torno
Seu chapéu de boiadeiro pendurado
Seu facão ainda ali empoeirado
Exalando o odor do antigo dono
Eu confesso certas coisas,
Aperta o peito,
Abre a chaga, fere a alma rouba o sono.

Eu queria expressar neste poema
Cada uma sensação que eu senti
Mas bem sei que nada disso vale a pena
E por isso , só por isso eu escrevi.

Vai. Vai enfim de mim saudade!
Pois eu sei que nunca mais irá se ouvi:

“com vocês!!!! Sabiá laranjeiras!!!!
E o ressoar da vaqueirama a te aplaudir.


Silenciaram o cantar do sabiá
Bateu asas passarinho do sertão
Seu sorriso,seu cantar e suas dores
Nunca mais se ouvirá por este chão.

E o menino estripulento “ badogueiro”
Que silenciou a voz do Sabiá
Certamente chorará em outro canto
Com saudades de ouvir o seu cantar.

Só me resta te aplaudir mais uma vez
E dizer o que gostavas de ouvir
Tua voz será ouvida noutros palcos
Lá no alto muito distante daqui

Tua gaiola se abriu...
...voa sereno,nunca mais se verá ela trancada
É verdade que o tempo foi pequeno

E aqui ficamos nós....

...eu , eles, a saudade as lembranças e teu pinho
Esperando no inicio do caminho


Nós ainda neste palco ficaremos
Esperando o espetáculo terminar
Remoendo cá no peito uma saudade
Ate quando a cortina se fechar.

Certamente deixarei também saudades
Que em poema deixarei pra alguém cantar.

Por enquanto só me resta lamentar.


HOMENAGEM PÓSTUMA AO POETA SABIÁ LARANJEIRAS

O.B.


Por ques



Por que seu olhar se perde?
Quando percebes que sois
Apenas parte de dois
Seria pelo temor de aceitar sem receios
Essa explicação sem meios?
Lapidada pelo tempo e burilada pela cor
Não sei o que é mais dor...
Se é a dor que se sente, ou a alegria maquiada
Palavras reinventadas com roupagem toda nossa
Derrepente você se...
...retrai
Se pensa,
Se olha,
Se esquece,
Se banha,
Se linda
Se mulher,
Se menina...
E passa uma década e mais três.
Dedicando-se a si e a mim
É assim...
Tudo de vez.
Renovada e mais ousada
E assim meu olhar te acha:
Mais perfeita,
Mais boneca,
Mais emoldurada
Tipo o quadro do retrato dos meus sonhos.
Pintado com o pincel das nossas fantasias
Por que meu olhar se perde?!?!?...
A contemplar a grandeza
nessa pureza mulher...
Mãe e menina.
É excessivamente linda. Com os defeitos que eu amo
Com as qualidades que completam-te
E fundem-se na extraordinária sensatez de ser a “Dona da Vez!”
Pronto podemos vestir a roupa...
Já é chegado o momento da fusão mais que absoluta
Onde o caso e o acaso se encontram
Na poesia mais TONTA...
És a razão dos “porquês?”
És o porque da razão.
Um desejo de milhares de azarações e olhares
Que em meu peito reclina depois , viramos e pronto
A noite chora e a vida começa
Até o novo de novo ser outra vez outro dia
Onde a mesma pergunta assim será repetida:
Por que seu olhar se perde... [?!?!?!]

O.B. 08.05.10





Monólogo pra mim mesmo. 


To aqui uma lembrança remoendo
Mais um pouco e me vejo lá na tela
Velas brancas flamejantes rumo ao norte
E um lenço expressando sentimentos
São saudades que surgem ao léu dos ventos
São pisadas com cravos que maltratam
Como a cama do martírio de um faquir
Como o sonho que se finge não dormir
Profecias do ontem pra amanhã
Que se ver como papel esfumaçado
Seus detalhes são vales desolados
Com um velho gavião a peneirar...
Cá embaixo serei a sua presa.
Um segundo e a hora vai chegar.
Quem me dera que eu fosse como as águias
Voaria e sumia sem parada
Sem retorno
Sem olhares
Sem meus medos
E contaria o regresso em poesias
Em trovinhas ou sonetos
Balbuciando alguma frase copiada
Tipo essas que a gente nunca esquece
E escreveria um roteiro a cada caso
Sem mocinho , sem mocinha nem bandidos
Assinava tipo um rude com o dedo
Chegaria eu ao ápice da loucura?
Juraria outra vez “ó pátria amada?”
Eu não sei , eu só que eu daria
Por mil léguas o meu reino e mais nada
Como o riso encabulado e bem distante
Escreveria em pedra fria com o dedo
Uma história ou um conto de segredos
E eternizava estes medos em piadas
Anedotas ao um rei que não se ri
Pelo fato de ser todo tristeza...
e por que essa cara de espanto?
Outra história se passa em outro canto
Como canto “chichilado dos pardais”
Dedilhado ao som do mero bico
E daí ? Quando eu for serei saudades
O mais nobre e perfeito sentimento
E por fim falaria como Cora:
“Nulla res Natta..”
Certamente seria a frase exata
neste filme
Sem começo , meio ou fim...
Num monólogo que falo só pra mim
O.B. 08.05.10





Sonho Acaboclado.

Olha só quem apareceu em meu sonho;
musa acaboclada de olhos divinamente em tom de mel
seus cabelos são como cordas bem trançadas de cristais
escorrendo feito seiva em estado de melaço.
Debruçados sobre ombros bem tratados
Mais parece...
Duas colinas, com um rosto endeusado no meio.
Me rendi ao tom de voz alvoroçado dos seu seios
a me gritar:
“é um assalto!” Com o dedo deles bem mirado nos meus lábios
Torneei o meu olhar meio incrédulo e deslizei na belezura incomparável
Tolim tolim ! ah! Se dona sorte te pega atracado nesse sonho!!!
Vai ser pisa sem medida C’uma fita de cetim.
É olhar que perde em devaneios,
É pensar que se acha o bem maior,
É a sorte da sorte dos sortudos
É enfim o querer mais abelhudo.
É capricho de cabra caprichoso.
É frouxice de moço atoulado.
É desejo...
É piada...
É só um sonho.
Que a gente nem por sonho
Pretende ser acordado.
Mas veja bem como é um caboclo mais flechado!
De repente dona sorte me aparece.
E como quem não quer nada e já querendo...
Me balança e desperta do meu sonho
E me acorda e me faz um mal medonho
Desses maus que se sente sem querer
E a cabocla de :”olhos divinamente em tom de mel”
Só mais tarde outro dia , em outro sonho hei de ver ...





O.B. 04.05.10







Vida e Morte...




A vida da morte se faz.
Tudo que é vivo,da matéria morta se alimeta.
Assim vida e morte se atrem.
Como um piano , não dá tom o preto sem o branco.
É ... A morte é o alimento da vida.
Vida que morre e ressurge da morte que em vida surge.
No mais negrime abstrato neste paradóxo exato.
É tal como flor estercada das folhas mortas aos seus pés,
Assim é a morta vida
Que ao desfalecer refaz na vida eterna guarida.
Somos partes duma incógnita
Será que a vida explica se há morte após a vida?
Para que viva a alegria mais uma tristeza morre
Morre o sonho e alimenta a realidade que acode.
Uma a outra alimenta se acarinham,e se abraçam.
Num ritual tão sagrado que uma a outra esquenta
São partes que se completam , são opostos que se atraem
Uma se alegra por vir e a outra quando se vai.
É a raiz que se entranha , e o verbo que se estranha
É lenço branco que flameja e leva gravado em letras
Os contos de velhas vidas que se mata em forma lenta
Assim como a saudade , a distancia , a LUNJURA!
E entre outras criaturas....
A voz do mísero poeta.

É ... assim é a vida e a morte
Companheiras aladas a mercê da própria sorte.

O. B. 05 . 05 .10




O ARTISTA:














O artista é assim; sem medos ou "escrupulos"
vive da arte e da utopia de seus sonhos.
não há limites para se entender a arte.
ela simplesmente é a arte e isto basta.
o artista, é um verdadeiro e nato intérprete dos sentimentos.
não se atem a segredos,não se prende ao sistema.


O artista? o artista é pomba solta
"cavalo brabo sem rédeas" num "mundo véi sem porteiras"
sua fé? ultrapassa os limites da consciência
e não se vende por nada.
a carência não lhe faz pobre nem fartura mais nobre.


o artista não preocupa com os pensamentos alheios 
nem que sejam a seu respeito.
tem mil e umas facetas,e um sem par de caretas.


censura não lhe atinge.
a crítica só lhe evolue.
o mal transforma-se em bem no caminho
pela grandeza do seu sonhar.


traz a existência o tudo
mesmo que seja do nada.
evolue na velocidade da luz
inovar é a sua maior qualidade


e é neste espírito que cresce 
e seu crescer transforma em grandeza
tudo mesmo a sua volta.


é um rei sem realeza
um semi deus do seu mundo
na imagem mais perfeita dos atributos de Deus


esboça traços de vida 
mesmo de frente com a morte
é dono da propria sorte
sabe e conhece o destino
e escolhe cada palmo caminho


isto é o artista
isto é a vida
only biliever
e porisso só porisso
que eu ,mais que LIVRE 
hoje me sinto...
O.B. 30 .04 .10



Quem Sois? (poema do dia 1)








Quem sois vóis?
Que adentra neste sonho mateiro
Cheirado a orvalho
Banhado de sono 
Com os pés lameados do passado recavado?
Que se atreve a apaternar-se dos meus corriqueiros pensamentos
E sem um pingo de briu! quer ditar as regras neste mundo de esmerados pecados...
Sois o frio da espinha 
O fino do fino dos medos
A mentira mal contada que convence e atribula.
O conselho que entedia
O remédio e a bula...


Tudo junto, assim como arroba ponto e tal...
Como um conjunto de alucinações na cabeça pensante deste matuto brejeiro.
Eu Acho que sois...
Sois a rosa depetalada pelo vento do destino
Que sopra em cruviana como o sereno que aplaina
Que rega a suave grama como um carinho e um afago
Sois a doçura do bágo,o mel do mais doce fel
Sois o inferno ou o céu
No leu dos meus pensamentos mais fúnebres.
É.. eu acho que sois.
Sois a atriz , que em coadjuventemente apoderou-se da cena
E apossou-se do palco. Assim como a terra seca se apodera da semente
Sois gosto de beijo quente incendiantemente apimentado
Com lindas dedos de moça
Porcelanato de rico 
sois rica de pena e bico
A mais perfeita das louças
A escrever tua historia.
Historia de antigos carnavais,de tempos e épocas
Gravadas a ferro quente no frio de um inverno passado
Sois o presente encravado nas tábuas do coração
Sois motivos ,sois desculpas,
Sois a razão e a culpa.
De fato eu acho que sois.
A musa desmatelada que martela que azucrina
Mas que ensina com a sina
E escreve sua própria vida
Nas linhas mais descumpridas.
Sois margaridas,sois rosas 
Em forma de verso e prosa.
Sois a canela forgosa
A exalar seu odor num misto de cheiro e sangue.
Podendo ser um e dois.
Ao mesmo tempo.
É exatamente o que sois.
E eu? 
Eu, fico aqui a matutar nestes versos sem rimas,
A tentar entender de forma limitadamente acanhadada
A grandeza deste principio indiscreto, ousado e meio aloucado
Que te concede esses direitos sem constituição nem regras...
Neste mundo por regras censurado...
A POESIA .


O.B. 20 de março de 2010







ODE À LOUCURA




É ; CUIDADO AMIGO VELHO
EXISTE UM BARRANCO NA CURVA A SEGUIR...
COM ESPINHOS PRANTOS E OUTROS TANTOS
MEDIDADA RECALCADA,BALANÇADA E SACUDIDA
DUAS VEZES MAIS MEDIDA.
SÃO OLHARES DO ENCANTO QUE DESPERTA MUITOS PRANTOS
ESBOÇADOS PELO VENTO E ESCULPIDO PELA LOUCURA DOS SONHOS...

EM PASSOS MEDROSAMENTE ALARGADOS,SEGUE-SE A MORAL DA HISTÓRIA
NESTA PIADA SEM GRAÇA DE “DÁ O PÉ AI MEU LOURO!”
AH!!! SE O RISO SE TORNA EM PRANTO
A LOUCURA EM AMARGO FEL
QUE SERÁ DA CRIAÇÃO DIANTE DA FRUSTRAÇÃO
ONDE NÃO TEM-SE O DEUS PAI,REZA-SE A QUALQUER SANTO
RESTA SABER SE POR DESENCANTO DA SINA 
ALGUMA VOZ SERÁ OUVIDA.
IH ! AMIGO VELHO , VOCÊ QUE NÃO SE SEPARA DE MIM 
NEM POR DECRETO DO PAPA NEM MESMO COM A CARA A TAPAS
COMO SERÁ QUE SERÁ ?
O FINO DO FINO ZELO, QUANDO O CRISTAL SE QUEBRAR?
SERÁ COMO FOLHA AO VENTO, DE DÉCADENCIA DECADADA.
UMA DECADA E MAIS TRES CADA UM INDO DE VEZ
A I ... AH E AI???
BOM AI O MUNDO DESFINHA COMO O FARELO NO VENTO 
E ENTRA DE VIDA A DENTRO...
FAZENDO ESTRAGO ESTRAGANTE,NESTA VIDA IGNORANTE
E NUNCA MAIS COMO ANTES
AI FAZ-SE MAL A VIDA
QUE NÃO PODE SER VIVIDA,POR MERA REGRAS E LIDAS...

E AÍ AMIGO VELHO É SÓ ESTRADA , SOL, POEIRA E MAIS NADA.
NA VELHA ALMA ENCRAVADA.


O.B.








SOU QUEM SOU.




...SOU LENÇO BRANCO DA PARTIDA
SOU GOTA DA LAGRIMA PERDIDA
SOU O SONHO ESQUECIDO AO ACASO
SOU CRESCENTE ,SOU MINGUANTE,FRIO E RASO

SOU O MASTRO QUE JÁ NÃO É MAIS VISTO
SOU O RASTRO DO PÉ NO QUENTE ASFALTO
SOU A PERDA CHORADA DA MENINA
SOU O CASO O OCASO SOU A SINA
SOU O TUDO DO NADA REVIVIDO
SOU O LUCRO DO SONHO ESQUECIDO

SOU FIO AFIADO DA NAVALHA
SOU O SANGUE ESCORRIDO DA COLINA
SOU O RAIO DA FLAMULA AO FIM DO TUNEL
E A CALDA DA ESTRELA QUE SE FOI
SOU O EU DE VOCÊ EU SOU NÓS DOIS
O NINGUEM QUE POR NINGUEM SERÁ LEMBRADO
O PROJETO DO PRESENTE NO PASSADO

A MENTIRA VERDADEIRA QUE AQUECE
O REAL DA HISTORIA QUE SE ESQUECE
SOU O GRITO O XINGAMENTO SOU A PRECE
SOU QUEM SOU E ATÉ O QUE NÃO SOU
SOU O VENTO DISTANTE QUE PASSOU
O AGORA O DEPOIS E ATÉ O ANTES
O PENSAR DA VERDADE SOU NÓS DOIS...

SOU O SONHO NA LINHA O HORIZONTE
DESENHADO POR MÃOS MAIS ENCRESPADAS
SOU CORTE RUDE DA ENXADA NA UNHA DOLORIDA DA MULHER
SOU O CONCAVO O CONVEXO O RECONVEXO
SOU O GOZO A BROCHADA SOU O SEXO
A VIRADA DE OLHO DA AMADA
NA VERDADE DO TUDO SOU...
... O NADA





A MORTE.

A morte é pente de ferro penteando o cabelo da história...
É como o caco da louça no centro de uma ferida
Quanto mais jorra mas dói ,quanto mais dói mas mais cortante fica .
com fincos pontiagudos e nos leva quase tudo.
O mal irremediável que todo ser se encontra.
É o débito é a conta,é o principio do começo e o único meio sem fins.
É balbuciar do recado no ouvido dos deslises
Ferida que nunca fecha sem cicatrizes sem marcas 
É como corrida as pressas,sem recado e sem avisos.
A morte por certo é isso.
É o desconsolo dos ricos e o descanso dos desvalidos.
O sonho em longa-metragem é o medo e a coragem
É noite fria de inverno , a fuga certa do inferno.
De pesadelos reais desde mero mundo dos mortais...
A morte é muito mais.
É o olho que se abre ao fechar do pestanado 
É como fio afiado que corta sem piedade
A gloria da vaidade a sensatez censurada 
Com tarjas brancas em baixo.
Escrita com gelo frio, em lápides de ouro bruto 
Na pedra do descaminho.
A morte é ser sozinho que ao encontra-lo se chora
É a dor que apavora sem sentir dor de verdade
Fruto da insanidade dos tropeços do caminho.
O realismo do mais arrealizado abstrato...
De fato a morte é um fato. 
O inegável destino de todos nós os mortais
Que a vida vem e nos traz.

O.B 26-04-10










O SUSSURRAR DOS TEUS ARES...

Ai vem o vento.
Sussurrando aos meus ouvidos os seus ousados cochichos.
Trazendo no seu embornar
Os meus deslizes mais tontos 
De contos e outros tantos
E os meus ledos desencantos.
Sua voz,é como poema antigo declamado e suprimido
Numa voz quase calada.
Que se o cabra não se atenta,não entende quase nada
E é cochichos... e é fuxicos num tropeçar de palavras jogadas.
Passa pra dentro menino que o sol vai te molestar!
Traz o milho das galinha ...
É... quem te ver quem te verá...
Esse minino é panhado! Num disse? Era só tu dar a mão que ele já quer o braço!
Foi venda de dedinho. Alecrim tem que ter cheiro...
Tange as oveia do terrero que presepada do cão!
Voute o preguiça da injura num paga nem o pirão!
E é sussurro é espiação...
Abana o fogo pra mim ...
Só falta o café cuar...
É a sina do vivente...
Mexeu apois vai casar!!!!
Passa o pano sua tola...
Vê só eu achei um nim com 4 ovim de rola...
Painho!? Foi pra vaquejada!
Ora apois vê se num é aquela quenga safada?
E segue na cruviana os cochichos e as lembranças...

Passa essa faca pra mim ...
Rapaz! Qui jogo ruim foi aquele.
Se ele mijou na sandáia ,mijou no que era dele!
Descasca esse alho moço!
rum! Da fruta que ela gosta eu chupo até o caroço...
Esse minino é duente. Já parou pra preciar como ele oia pra gente?
Dou dez conto na camisa...
Era so constipação.
Vai num pé e volte noutro... eTraz dois conto pão!
Ochente ta com oi na bunda? Num vê que o prumo intortou?
Malacopamnhado assim eu prefiro é andar só.....
Agora foi que lascou,num é que faltou a Luiz!!
...e vai o vento 
Levando as doces lembranças,as sem gosto e amargas 
Num amaranhado de palavras.
Assim é que vou vivendo...
Remoendo cá no peito cada frase recordada.
Sei que um dia só restará o sinal
Poeira num pé de vento,desembestada na estrada.
E ai ouvirei mais um sussurro...

O.B. 27-04-10











O último poema do livro "O Cio das Palavras"






Um dia qualquer num chat qualquer...


O poeta diz:  Bom dia Senhora.vou te enviar a arte
assim que vc der o ok que viu essa mensagem

A Causa diz:
bom dia amiga..

O poeta diz:Kkkk

A Causa diz:ooo

O poeta diz:
Amiga/??

A Causa diz:amigo desculpa

O poeta diz:
ta gaiáta viu
 abusaaaaaaaaaaaaada
rsrs

A Causa diz:f sem querer eu juro

O poeta diz: viu passarinho verde? rsrs posso mandar?
cara tu viu a frase ai em cima???

Você acabou de chamar a atenção.

A Causa diz: q frase?

O poeta diz: “Quem não sente a ânsia de ser mais, não chegará a ser nada.”

A Causa diz: ave da onde tu tirou isso?!?!

O poeta diz: rsrsrs

A Causa diz: foi profundo heim

O poeta diz:  é linda.
isso é de Miguel de Unamuno
é um mito o cara
muito --- mas bom

A Causa diz: é...
.......
A Causa diz:

se vc parar pra analisar o sentido é ...

O poeta diz: com certeza..

A Causa diz: ..

O poeta diz: é simplesmente perfeita
esse cara devia ta fumado quando escreveu isso ...

A Causa diz:rsrsrrsrs ta salvo
O poeta diz:
Pêra “ causa “ eu vou tirar uma foto do bebe aqui e ja volto

A Causa diz: ok

O poeta diz:pronto depois tu ve a bagaceira rsrsrs

A Causa diz:qual? a foto q tu tirou agora?

O poeta diz:o bebe todo sujo de carvão da chaminé da padaria .
...Sim.
...houve um ataque de carvão aqui que foi um inferno RS

A Causa diz: ooo meu deus
Rsrsrsrrsrs

O poeta diz:
ta parecendo um mendigo

A Causa diz: vc vai ser preso por exploração de menores
k
O poeta diz:rsrsr

A Causa diz: quem fez o pão foi ele f?

O poeta diz: nada. só come.

A Causa diz:k

O poeta diz:
:
e ai amiga ta mais tranquilinha hj?
A Causa diz: um pouco...

O poeta diz: hum  kibom
rsrsrsrs
eu gosto é assim
ai de você que não seja feliz
quero saber de casal triste não rsrsrs

A Causa diz: rsrsrsrrrs

O poeta diz: você está obrigada a vencer essa parada
sua tonta rsrs

A Causa diz: minha tristeza e quando sou maltratada

O poeta diz: eu sei

A Causa diz: pq  eu não sou santa mas sei q não mereço isso

O poeta diz:
...toda mulher é assim e com vc não poderia ser diferente
mas as coisas tão começando entrar no eixo não tá?

A Causa diz: não sei acho q e cedo mais pra te responder isso

O poeta diz: mas pelo menos parece?

A Causa diz: .......

O poeta diz: já é um bom começo  se me permite deixa eu dar minhas "injeições" sutilmente aqui nos bastidores
srsrs
depois me eleja seu bruxo do bem rsrs

A Causa diz: só q é assim “POETA”,não adianta ele construir um castelo pra mim e depois vim e derrubar

O poeta diz: BATE!!!!

A Causa diz: entende o q quero dizer?

O poeta diz: nunca pense nisso
mesmo que os indicios provem o contrario
Quem não sente a ânsia de ser mais, não chegará a ser nada.

A Causa diz: vdd mas doe muito ouvir as coisas q ele me diz depois deu ter feito tanto por ele eu lutei mais do que ele próprio por esse amor

O poeta diz: amanhã vc  ...

A Causa diz: ele sabe disso...

O poeta diz:  deixa pra lá rsrs

A Causa diz: amanha o q?

O poeta diz: não fique curiosa  amanhã...

A Causa diz: besta

O poeta diz: “o sol nascerá com uma risonha cara de convite a felicidade...”

A Causa diz: huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

O poeta diz:
“...daí será mais fácil reconstruir a velha estrada,..”

A Causa diz: como ele ta poeta. bonito isso

O poeta diz: “...que iniciar um novo caminho.”
 vá por mim  ouça a voz da experiência (ah sim!!!  isso saiu aqui agora rsrs)

A Causa diz: ta bom rsrsrs  [ poetêro ]

O poeta diz: te orienta rsrs

A Causa diz:rsrsrrs ue? e tu nao é?!?!?!?

O poeta diz: poeta sim

A Causa diz: tu não ta escrevendo poemas?
Então...

O poeta diz: to sim

A Causa diz: vai lavar essa mente vai!!!!

O poeta diz: eu???kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
oche   vai tonta!  eu disse nada  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
adoro teclar contigo  me inspira   to pensando em por em uma de minhas narrativas   uma conversa nossa  antes de um poema vai ser show  mas prefiro não avisar no dia...

Você acabou de chamar a atenção.

O poeta diz: zangou foi ?????

A Causa diz:  pera cacete  to lendo...

O poeta diz: a ta

A Causa diz: oxe  ta doido

O poeta diz: serio 

A Causa diz: nossas conversas so sai besteiras

O poeta diz: por isso que é bom são palavras
 e esse é o tema do meu livro ; são pequenos relances de minha vida seguidos de poemas

A Causa diz: rsrsrsr  vai ser legal

O poeta diz: aguarde eu prometo que vou eternizar uma conversa dessas.

A Causa diz: ta bom

O poeta diz: escreverei algo sobre o paradigma desse amor avassalador de vocês rsrsrsr
uuuuuuuuuuuuu

A Causa diz: huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu vou amar ler isso depois de lançado principalmente
q eu sei q não vai mais durar por muito tempo...

O poeta diz: “Alguém” aqui, disse AREBATADOR deixa de pessimismo a força do amor é maior que o  pessimismo

A Causa diz: vdd

O poeta diz: quem disse essa verdade foi “Alguém” kkkkkkkkkkkkkkkkkk

A Causa diz: rsrsrsrrsrsrs nossa como estão inspirados hoje
meu deus

O poeta diz: é o cio das palavras

A Causa diz: rsrrsrsrsrs

O poeta diz: olha eu estou me preparando pra escrever um pouco
embora eu tenha meu lado MULÉ rsrs ,de fazer três coisas ao mesmo tempo.

A Causa diz: uia

O poeta diz:
me dá só um minuto eu juro que serão só 60 segundos e te dou atenção pode ser?

A Causa diz: claro pode ir

O poeta diz: eu volto

A Causa diz: ok

... Segundos depois na mente do poeta:


Nasce a poesia.




Até Quando

Até quando?
Até quando falaremos
nossos olhares ao vento
Nossas palavras ao sono
Ou a um fio de pensamentos?

Por que não damos porquês?
Por quê, E adiamos  promessas?

Estamos no limiar entre a  dor e a  utopia
Entre o sonho e a razão
Entre as cruz e os cravos
Entre o sim e outro sim
Acompanhados de “nãos”

É só a mão deslizar
Sobre os cacos e os limites
E palpitar o olhar
E rever as cicatrizes
E rever o livro lido
E rever  contos da gente
Entre o pente e o de repente...

E de repente acordamos
E notamos...
 “ o nada”
O nada da dor
O nada da ânsia
Da volúpia
E do assunto
Do abstrato
Dos tratos
E da sobras do começo.

Notamos o preço.
E anotamos de fato,
Com todos os “cifrões” que nos custam a dor.
Que nos custam o medo
A sua vida vivida
A minha vida.
Partida???
Os fragmentos congelados
O frio  “ enfrizado “ do caso,
O acaso.ou dos gelos.

Não passamos de bobos
Nessa côrte  de luzes e penumbra
Enquanto a noite termina.
Enquanto o dia termina.
Enquanto escrevo no espelho,
O nosso nome em batom.
Esquecido mas vermelho.
Desuzado e já manchado,
Pela libido do nossos medos

Nossos.
Sim,nossos. Por que não da gente?
Acaso lá tenho asas
Para revoar “só” a história
Num eterno voou rasante?

Continuarei escrevendo
E um dia eu serei lida
Um dia eu serei vida
E por você serei vivida
Tragada
Absorvida
E mais uma vez”perdida”
Entre a razão e o sonho
Entre o ..
Entre o quando e o...

E o : ANTI-QUANDO.

Até quando? ** ? “   “ ...




Poema inspirado por incorporação de duas almas “VIVAS”